1. Diagnóstico clínico
Pode ter diferentes apresentações clínicas, relacionadas com os órgãos acometidos.
1.1 Tuberculose pulmonar (primária ou pós-primária)
1.2 Tuberculose extrapulmonar (pleural, empiema pleural tuberculoso, ganglionar periférica, meningoencefálica, pericárdica, óssea, renal, intestinal e cutânea).
2. Diagnóstico bacteriológico
2.1 Exame microscópico direto – baciloscopia direta
Deve ser realizada em duas amostras: uma por ocasião do primeiro contato com o indivíduo que tosse e outra, no dia seguinte ao despertar. Solicitar mais amostras a depender da suspeita clínica. Se o paciente apresentar dificuldade para expectorar, deve-se realizar escarro induzido com salina hipertônica (misturar 5,6 ml de cloreto de sódio 20% com 19,4ml de água destilada, colocar no nebulizador 10 ml desta solução) se mesmo assim não for possível a coleta de escarro, realizar lavado gástrico.
2.2 Teste rápido molecular para tuberculose (TB-TRM)
O TB-TRM está indicado nas seguintes situações:
Diagnóstico de casos novos de TB pulmonar e laríngea em adultos e adolescentes (Figura 1 - Fluxograma para o diagnóstico de tuberculose pulmonar e laríngea).
Diagnóstico de TB extrapulmonar nos materiais biológicos já validados.
Triagem de resistência a rifampicina nos casos de retratamento.
Triagem de resistência a rifampicina nos casos com suspeita de falência ao tratamento da TB.
No laboratório de micobactérias do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP) é realizado TB-TRM no escarro, escarro induzido, lavado gástrico, lavado broncoalveolar, líquido pleural, líquido ascítico, líquido pericárdico, liquor, materiais de biópsias, urina e fezes.
Em novembro de 2019 o Ministério da Saúde atualizou o TB-TRM em todo o país e desde então estamos utilizando um cartucho do gene Xpert que se chama ULTRA. Este teste tem muitas semelhanças e algumas diferenças em relação ao TB-TRM anterior, sendo a mais importante o aumento da sensibilidade do teste.
O nome do teste no sistema ATHOS não mudou mas a tecnologia que está sendo utilizada foi atualizada e melhorada com a nova versão gene Xpert ULTRA.
Os resultados devem ser interpretados da seguinte forma:
Em caso de resistência à rifampicina ou MTB TRAÇOS detectado, uma nova amostra clínica deve ser coletada e enviada ao laboratório.
INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO MTB DETECTADO TRAÇOS
1. O resultado “MTB DETECTADO TRAÇOS” deve ser considerado POSITIVO PARA M. tuberculosis SOMENTE para pessoas que vivem com HIV, crianças < 10 anos e casos de TB extrapulmonar. Neste caso o teste será INCONCLUSIVO PARA RIF (resistência à rifampicina).
2. O resultado “MTB DETECTADO TRAÇOS” deve ser considerado INCONCLUSIVO PARA MTB E RIF (resistência à rifampicina) para a população em geral, profissionais de saúde, população privada de liberdade, em situação de rua, indígenas e contatos de tuberculose resistente. (Figura 2)
2.3. Cultura para micobactéria, identificação e teste de sensibilidade
A cultura de escarro (meios sólidos ou líquidos) pode aumentar em até 30% o diagnóstico bacteriológico e confirma o diagnóstico de micobacteriose, sendo necessária a identificação da espécie para caracterizar se é um caso de tuberculose ou outra micobactéria. No laboratório de micobactérias do HCFMRP a cultura é realizada em meio líquido (MGIT), no qual o resultado varia de 5 a 12 dias, quando positivo, e 42 dias, quando negativo. O teste de sensibilidade é realizado através do Genotype MTB DR (teste genotípico) e também encaminhado para o Instituto Adolfo Lutz para a realização do Genotype MTB DR e teste de sensibilidade fenotípico.
3. Diagnóstico por imagem
A radiografia de tórax é o exame de escolha na avaliação inicial e no acompanhamento da TB pulmonar
4. Diagnóstico histopatológico
Achado: granuloma com necrose caseosa e/ou visualização de bacilos.