Urologia - Seguimento do câncer de bexiga músculo-invasivo tratado com cistectomia radical

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Elaborar e implantar protocolo para seguimento da neoplasia de bexiga músculo-invasiva tratada com cistectomia radical, durante tempo de seguimento no serviço. Dado o alto risco de recidiva da doença, os pacientes não poderão receber alta ambulatorial

Marcelo Pires de Campos Linardi, aluno do Mestrado Profissional em Medicina
Prof. Dr. Rodolfo Borges dos Reis, orientador do Mestrado Profissional em Medicina

Data da última alteração: segunda, 08 de julho de 2024
Data de validade da versão: quarta, 08 de julho de 2026

Pacientes portadores de neoplasia músculo-invasiva de bexiga, diagnosticados através de biópsia cistoscópica ou ressecção transuretral, serão estadiados com exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância magnética de tórax, abdome e pelve, além de outros que se julgarem necessários em casos selecionados) e classificados quanto ao estadio TNM (tabela 1).

Serão excluídos do protocolo pacientes com doença metastática e pacientes com tratamentos considerados não curativos

O primeiro retorno ambulatorial será em até 30 dias do procedimento cirúrgico. Nesta consulta, será realizada avaliação global do paciente, analisado o resultado do exame anatomopatológico da peça cirúrgica, realizadas novas orientações acerca da derivação urinária utilizada e programado seguimento.

- Exames de imagem: nos primeiros dois anos, o seguimento com exames de imagem será realizado com tomografia de tórax, abdome e pelve semestralmente e, do terceiro ao quinto ano, anualmente. Após o quinto ano, serão intercaladas, anualmente, tomografias de tórax, abdome e pelve, com radiografia de tórax e ultrassonografia de abdome.

- Exames laboratoriais: serão solicitados ureia, creatinina trimestralmente, no primeiro ano de seguimento, semestralmente até o terceiro ano e, após, anualmente. Nos pacientes submetidos a reconstrução com neobexiga ileal, deverá ser dosada vitamina B12 e coletada urocultura anualmente.

- Seguimento do coto uretral: naqueles pacientes em que não foi realizada uretrectomia, o seguimento do coto uretral deverá ser realizado através da uretroscopia, com palpação e coleta de citologia oncótica, aos três, seis e 12 meses após a cirurgia, semestralmente no segundo ano, período em que ocorre a maioria das recidivas e, após, anualmente, até atingir os cinco anos. Após o quinto ano, a avaliação da uretra só será realizada caso haja indicação clínica.

As recomendações de seguimento estão sumarizadas na figura 1.

AMERICAN UROLOGICAL ASSOCIATION. Treatment of non-metastatic muscle-invasive bladder cancer: AUA / ASCO / ASTRO / SUO guideline. Estados unidos, 2020.
EUROPEAN ASSOCIATION OF UROLOGY. EAU Guidelines on Muscle-invasive and Metastatic Bladder Cancer. Holanda, 2021.
NATIONAL COMPREHENSIVE CANCER NETWORK. Bladder Cancer. NCCN Clinical Practice Guidelines in Oncology. Estados Unidos, 2021.

LINARDI, M.P.C., REIS, R.B. Elaboração e implantação de protocolos de seguimento ambulatorial para pacientes tratados de câncer de bexiga e próstata em hospital terciário. Mestrado Profissional em Medicina, 2021

C67.0-Trígono da bexiga

Tabela 1: Estadiamento TNM do câncer de bexiga

Quadro com o estadiamento TNM do câncer de bexiga
Estadiamento TNM do câncer de bexiga

Figura 1: Seguimento do câncer de bexiga músculo-invasivo tratado com cistectomia radical

Figura de seguimento do câncer de bexiga músculo-invasivo tratado com cistectomia radical
Seguimento do câncer de bexiga músculo-invasivo tratado com cistectomia radical