A. Vias Aéreas
Avaliação:
• Movimentação do tórax e do abdome
• Sons respiratórios
• Passagem de ar pelo nariz e pela boca
Identificação:
• Vias aéreas pérvias: não necessitam de intervenção.
• Vias aéreas sustentáveis: necessitam de manobras simples.
• Vias aéreas não sustentáveis: necessitam de intervenções mais invasivas.
Intervenção:
Intervenções simples:
• Posicionamento confortável e adequado da criança, visando melhorar a permeabilidade das vias aéreas. Nas crianças menores de 2 anos pode-se colocar um coxim debaixo dos ombros e em crianças maiores, debaixo do occipício.
• Uso de manobras para abrir as vias aéreas, como a inclinação da cabeça com elevação do queixo, quando não houver suspeita de lesão de coluna cervical. Havendo suspeita de lesão de coluna, a manobra será a elevação da mandíbula, sem a extensão do pescoço; se esta manobra não for suficiente para abrir as vias aéreas, deve-se tentar a inclinação da cabeça com elevação do queixo, mesmo se houver lesão da coluna, já que a prioridade é a abertura das vias aéreas.
• Aspiração do nariz e da orofaringe.
• Realização de técnica de alívio de obstrução das vias aéreas por corpo estranho, em pacientes conscientes.
• Uso de cânula nasofaríngea (pacientes conscientes) ou orofaríngea (pacientes inconscientes).
Intervenções avançadas:
• Uso de dispositivos de pressão positiva nas vias aéreas (p. ex., bolsa-valva e máscara).
• Intubação traqueal.
• Uso de máscara laríngea.
• Cricotireoidotomia.
B. Breathing ou Boa Respiração
Avaliação:
• Frequência respiratória
• Esforço respiratório
• Volume corrente
• Sons pulmonares e das vias aéreas
• Oximetria de pulso
Identificação:
Quanto à gravidade:
• Desconforto respiratório (fase inicial)
• Insuficiência respiratória
Quanto ao tipo:
• Obstrução alta: presença de estridor, tempo inspiratório aumentado e sibilos inspiratórios, retrações de fúrcula e gargarejos As causas incluem aspiração de corpo estranho, infecções (laringite e epiglotite), anomalias congênitas das vias aéreas (laringomalácia) e edema de vias aéreas superiores secundário a reações alérgicas ou trauma.
• Obstrução baixa: presença de esforço expiratório, tempo expiratório aumentado, sibilos expiratórios. As causas mais comuns são asma e bronquiolite.
• Doença do parênquima: presença de gemidos expiratórios e estertores. As causas incluem pneumonia, contusão pulmonar, atelectasias, edema pulmonar, síndrome do desconforto respiratório agudo e doença da membrana hialina.
• Distúrbio do sistema nervoso central: volume minuto baixo decorrente da diminuição da frequência respiratória ou do volume corrente. As causas incluem infecções e depressão do sistema nervoso central por drogas.
Intervenção:
Drive respiratório adequado (com desconforto respiratório ou hipoxemia, mas a ventilação, ou seja, a troca de CO2 está mantida):
• Fornecer oxigênio, inicialmente a 100%, por meio de dispositivos de alto fluxo (máscara não reinalante).
Drive respiratório inadequado (problemas na oxigenação e na ventilação):
• Fornecer suporte ventilatório (invasivo ou não invasivo), além de oxigênio.
Realizar sempre o tratamento da causa subjacente.
C. Circulação
Avaliação:
• Temperatura e cor da pele
• Frequência e ritmo cardíaco
• Pressão arterial
• Pulsos
• Tempo de enchimento capilar
• Perfusão de órgãos-alvo
Identificação:
Quando à gravidade:
• Choque compensado: há sinais de má perfusão tecidual, mas com pressão arterial normal.
• Choque descompensado: além dos sinais de má perfusão, há hipotensão.
Intervenção:
• Fornecer O2, inicialmente a 100%.
• Adequar a volemia, a pressão arterial e o débito cardíaco: inicialmente, adequar a pré-carga com bolus de cristaloide, com reavaliações após cada expansão de volume, para verificar o desaparecimento dos sinais de choque ou surgimento de sinais de sobrecarga hídrica (hepatomegalia e estertores pulmonares). Após a adequação da volemia, podem ser necessários inotrópicos e/ou vasopressores para normalização do débito cardíaco e da pressão arterial.
D. Disfunção
Avaliação:
• Nível de consciência pela escala de resposta pediátrica (AVDN) (Tabela 1) ou escala de coma de Glasgow (Tabela 2).
• Exame das pupilas (diâmetro, simetria e reação à luz). O acrônimo PERRL (Pupilas de tamanho Equivalente, Redondas e Reativas à Luz) descreve as características pupilares normais.
Identificação:
• Sinais de depressão do nível de consciência
• Sinais de hipertensão intracraniana
Intervenção:
• Melhorar a oxigenação e a circulação
• Tratar a causa de base.
E. Exposição
Avaliação:
• Despir a criança para facilitar o exame físico dirigido.
• Medidas para aquecimento do paciente, caso se detecte hipotermia significativa.
Identificação:
• Evidências de trauma, como sangramentos e queimaduras ou marcas incomuns, sugestivas de maus-tratos.
• Lesões sugestivas de infecção grave, como petéquias, equimoses e púrpura.
Intervenção:
Tratar as causas de base e os sintomas.
3º. Avaliação Secundária
História rápida (uso da regra mnemônica SAMPLE) (Tabela 3) e exame físico dirigido.
4º. Avaliação Terciária ou Diagnóstica
Realização de exames auxiliares que visam identificar a presença e a gravidade das anormalidades respiratórias e circulatórias. O termo terciário não significa que esses exames serão colhidos em terceiro lugar; o momento de realizar os exames será ditado pela condição clínica do paciente.