Anamnese:
● Investigar hábito intestinal, antecedentes patológicos, cirurgias prévias do trato digestivo, uso de medicamentos como anti-inflamatórios,
● Pesquisar sinais de alerta: vômitos biliosos, abdome rígido, massa palpável, aumento inguino-escrotal, hematêmese e hematoquezia, dispneia, taquicardia e sinais de choque, dor localizada no abdome, história de trauma, queda do estado geral e hipoatividade, anorexia.
● Caracterizar a dor como contínua ou intermitente (cólica), fatores de melhora e piora
● Localização:
1. epigástrica (p. ex., gastrite, pancreatite);
2. dor em hipocôndrio direito (p. ex., hepatite, colecistite, colelitíase e colangite);
3. dor em flancos: urolitíase, pode acompanhar disúria e hematúria.
4. dor em quadrante inferior direito (p. ex., apendicite, colites, doença inflamatória intestinal).
5. dor pélvica: em meninas sempre deve ser considerada possível patologia ovariana (cisto ovariano simples ou hemorrágico, torção e massa ovariana), doença inflamatória pélvica, gestação tópica ou ectópica. Questionar em adolescentes histórico menstrual e sexual, e realizar exame pélvico, quando adequado.
● Se vômito bilioso: obstrução intestinal (volvo e obstrução por bridas);
● Se vômito não bilioso: obstrução duodenal ou pilórica, intussuscepção, gastrite, pancreatite, gastroenterite, infecção do trato urinário (ITU), cetoacidose diabética (CAD).
● Se febre: gastroenterite, faringoamigdalite, pneumonia, ITU, peritonite (apendicite), translocação bacteriana (obstrução intestinal) e doenças inflamatórias pélvicas.
● Diarreia: gastrenterites; colite na apendicite; evacuações com sangue nas enterites bacterianas e divertículo de Meckel; evacuações com sangue e muco na intussuscepção e nas doenças inflamatórias intestinais.
● Alterações do hábito intestinal:
1. parada evacuatória (obstrução ou constipação intestinal);
2. escape fecal (constipação intestinal crônica);
3. distensão abdominal (obstrução distal);
4. diarreia (infecção, inflamação, intussuscepção).
Exame físico:
Pesquisar:
1. Ausculta: redução ou aumento de ruídos hidroaéreos.
2. Inspeção: distensão abdominal, peristaltismo visível, escoriações e hematomas
3. Palpação: massas (p.ex., fezes, tumores), definir local mais tenso, assimetria ou defesa localizada de parede abdominal.
4. Percussão, sinal de Giordano, sinal de Blumberg, consegue “pular” da maca
5. Toque retal: casos de obstrução e constipação intestinal, ou na presença de sangramento digestivo baixo.
6. Inspeção região perianal (fissuras), lesões sacrais.
7. Avaliação perineal e genital, quando dor em baixo ventre.
8. Exame físico geral, sinais vitais, atenção para oroscopia (faringoamidalites), semiologia pulmonar cuidadosa (pneumonia é causa frequente de dor abdominal) e sinais de instabilidade cardiovascular.
Em suspeita de apendicite pode ser utilizado o escore pediatric appendicitis score (tabela 2).